A SERRA
As serras do Cercal, que envolvem a vila, proporcionam ao visitante imagens de extrema beleza.
Aqui se situa o ponto mais alto do município de Santiago do Cacém, a 346m de altitude.
A subida ao cume, denominado serra da Guarita (devido ao marco geodésico ali existente) permitir-lhe-á desfrutar de quilómetros de paisagem, numa perspectiva que se estende das serras de S.Luís a todo o litoral, desde Vila Nova de Milfontes a Sines.
A serra da Guarita está localizada a cerca de 3 km do Cercal, na Estrada Nacional 390, à saída para Milfontes.
As elevações naturais são propícias à prática de parapente e paramotor, desportos em que se conjuga uma perspectiva sobre o azul das águas do Atlântico e o verde da serra.
Os passeios de jipe, organizados pelo clube Serraventura atraem inúmeros participantes. (pôr link para o Clube)
É igualmente nesta zona que se situa a chamada “Serra da Mina”, por aqui se encontrar a entrada para uma das minas do Cercal, já encerrada.
FLORESTA e VEGETAÇÃO
A floresta do Cercal é constituída sobretudo por sobreiros, pinheiros, carvalhos e eucaliptos.
A vegetação espontânea que cobre as encostas das serras apresenta uma biodiversidade multifacetada: predominam a esteva, a urze, o saragaço, a carvalhiça e o carrasco.
A freguesia do Cercal possui duas reservas turísticas para a prática da caça.
A Herdade das Sesmarias e a Herdade da Fonte Sem Água oferecem aos amantes da modalidade a possibilidade de caçar lebres, coelhos, perdizes, codornizes, rolas e tordos.
BARRAGEM DE CAMPILHAS
Espaço privilegiado de lazer e contemplação da natureza, a barragem de Campilhas permite descobrir locais onde a acção do homem ainda se alia à harmonia da natureza.
A barragem foi construída em 1954, para aproveitamento de energia hidroeléctrica e irrigação dos vastos campos agrícolas adjacentes.
Situa-se a 10 km da sede da freguesia.
A albufeira possui um parque de merendas e permite a prática de pesca desportiva e de desportos náuticos não motorizados.
domingo, 8 de junho de 2008
PATRIMÓNIO do CERCAL: Monumentos e Arquitectura Civil
ARQUITECTURA CIVIL
- Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
- Casa dos Azulejos Verdes
- Ermida da Fonte Santa
- Chafarizes
- Ponte Romana
- Moinhos de Vento
- Vivenda S. Miguel
- Casas da rua Aldegalega e da “Rua Velha”
MONUMENTOS
- Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
A igreja matriz foi fundada na Idade Média, mas o templo dos nossos dias é fruto das grandes alterações sofridas no séc. XVIII e do restauro operado já no séc. XIX.
Na fachada principal, pode observar-se a cruz da Ordem de Santiago e a alta torre sineira.
No interior, de nave única de abóbada em berço, destacam-se os altares laterais com as suas imagens, o baptistério com revestimento de azulejos pombalinos e o retábulo de talha dourada do altar-mor, de estilo joanino tardio.
As pinturas fingidas das paredes da nave, devem datar de 1888.
Quanto à pintura do centro da abóboda de berço, que alude ao orago da igreja, foi executada em 1889 e é da autoria de Francisco Augusto Flamengo, pintor de Setúbal.
- Ermida da Fonte Santa
A Ermida da Fonte Santa possui uma fundação lendária, baseada no aparecimento da Virgem a uns pastorinhos que estavam cheios de sede e que por ela haviam chamado. A Virgem fez brotar água de uma pedra e nela deixou a sua pegada.
Pensa-se que a actual Ermida só tenha sido construída depois de 1758, em estilo tardo-maneirista, de cariz rural e popular, com o orago dedicado a Nossa Senhora da Conceição.
O local é palco das Festas da Bica Santa.
Os vestígios arqueológicos recolhidos em escavações realizadas no séc.XIX permitem pensar que a a zona poderá ter sido ocupada já no Neolítico e, sem dúvida alguma, na Idade do Bronzee do Ferro e no Perído Romano.Tudo indica que os romanos já conhecessem as propriedades curativas destas águas. - Ponte Romana
Julga-se que a chamada “ponte romana” do barranco do Burdo seja uma construção medieval.
Simples, mas robusta, apresenta um único arco, formado por lajes de xisto, ligadas por argamassa, e um chão de lajes calcárias cintadas por um travamento vertical. - Moinhos de Vento
O Cercal foi, no passado, uma freguesia com elevado índice de produção de cereais. Associada à actividade agrícola, desenvolveu-se aqui uma actividade moageira, e terão existido, no passado, inúmeros moinhos de vento e de água, entretanto desaparecidos.
Exemplos sobreviventes dessa arquitectura são o Moinho das Teimosas e os moinhos do Paneiro (situados no extremo norte da freguesia, , um dos quais dispõe de todos os elementos necessários para laborar, correspondendo à tipologia dos moinhos da freguesia (o chamado “moinho de torre mediterrânica”, com torre fixa, tronco-cónica, capelo giratório, mastro, roda de entrosa e carreto, entre outros).
ARQUITECTURA CIVIL - Casa dos Azulejos Verdes
De gosto burguês, citadino e requintado, foi construída em 1876, na actual rua Dr. Teófilo Braga. São dessa época as urnas vidradas da balaustrada e as duas imagens de cerâmica. No início do séc. XX foi revestida a azulejos Arte Nova, da Fábrica de Cerâmica de Sacavém, de cor verde garrafa, uns com motivos florais em relevo, outros lisos.Vivenda S. Miguel (casa do Dr. Macedo)
Situado na rua Centenários da Independência, é um edifício típico da arquitectura dos anos quarenta do Estado Novo. É um exemplo de utilização de técnicas e materiais tradicionais da arquitectura portuguesa: azulejo figurativo a azul e branco, ferro forjado, muros de xisto tosco da região, alpendres e arcadas, com painéis de azulejo cujas legendas parecem retratar a vida do seu proprietário. - Casas da rua Aldegalega e da “Rua Velha”
Nestas ruas (e adjacentes), sobreviveram até hoje algumas habitações térreas, de arquitectura popular.
Foram construídas em taipa ou alvenaria, com telhados de duas águas, cobertos por telha de canudo, e fachadas quase cegas, cuja única abertura é apenas uma porta. - Chafarizes
São conhecidos três chafarizes para abastecimento público da população. Actualmente, é possível encontrar dois deles:
Chafariz da Rua da Aldegalega
Exemplar da arquitectura de utilidade pública, datado de 1921, este chafariz reproduz com fidelidade a fachada de um edifício ou de um chafariz de grandes dimensões.
Chafariz do “Largo da Praça” (actual Largo Augusto Fuschini).
Construído em 1947, em pedra de cantaria, é uma peça despojada, mas de boa qualidade.
Fonte: “Gentes e Culturas- Freguesia do Cercal”, Abril de 2003,
edição. Liga dos Amigos de Santo André
CERCAL – UM POUCO DE HISTÓRIA
DATAS-CHAVE
CURIOSIDADES URBANAS
DATAS-CHAVE
1274 – Primeiro documento que faz referência ao Cercal.
1486 –inclusão da freguesia no concelho de Milfontes.
1836 – Elevação a sede de concelho.
1942 – Concessão da categoria de vila.
1855 - Extinção do Concelho do Cercal e integração no concelho de Odemira.
1991 – Elevação à categoria de vila.
O topónimo Cercal parece derivar da palavra “quercu”, que significa “carvalho”, facto justificável pela abundância desta árvore, em épocas anteriores, nesta região.
A permanência humana no actual território da freguesia do Cercal é antiga, e dela são testemunho objectos e vestígios de povos pré-históricos e do período romano e muçulmano.
É datado de 1274 o primeiro documento que faz referência ao Cercal.
Após o fim do domínio árabe, por volta de 1235, o sul do Alentejo, assim como toda a faixa atlântica entre Tejo e Mira, tornam-se pertença da Ordem de Santiago de Espada, instituição religiosa e militar que desempenhara importante papel na reconquista destes territórios.
No final do séc. XV, o Cercal integrava o concelho de Sines, e era ainda comenda da Ordem de Santiago. Aqui viviam cerca de 20 lavradores, que ocupavam e cultivavam extensas porções de terra.
Após a fundação de uma “vila nova” no sítio de Milfontes, em 1486, o Cercal é incluído nesse novo concelho e, embora seja económica e demograficamente mais importante do que a própria sede concelhia, fica numa posição subalterna.
Nos séculos seguintes, a evolução do Cercal continuará a ser superior à da sede de concelho, sobretudo porque possui:
- melhores terras de cultivo;
- um clima favorável às culturas;
- um nó de ligações rodoviárias;
- uma maior segurança relativamente aos perigos vindos do mar.
- um domínio sobre o vale fértil (irrigado pelo ribeiro que vem da Bica Santa, recebe a água da Mandorelha e desagua na ribeira de Campilhas).
CURIOSIDADES URBANAS
- “aldeia velha” e “aldeia nova”;
- o Largo da Praça
- a Feira de S. Pedro
No séc. XVIII, há referências à existência de “uma aldeia velha” e uma “aldeia nova”; julga-se, por isso, que haveria dois núcleos populacionais distintos:
A “aldeia velha” situava-se junto à igreja.
Teve fraca expansão nos sécs. XV a XVIII, e a seu nascente surgiu a “aldeia nova”.
Só a partir da segunda metade do séc. XVIII a “aldeia velha” cresce de modo significativo, passando na realidade a ter um aspecto mais novo do que a própria “aldeia nova”.
A “aldeia nova” é hoje a zona a que se acede pela chamada Rua Velha (Rua Sebastião Sobral Figueira), que em tempos também foi chamada “Rua da Aldeia Velha”.
Na “aldeia nova” viveria a maior parte da população da aldeia.
No séc. XIX, as alterações na divisão administrativa do território nacional e uma vontade reformista tiveram os seus efeitos no concelho de Milfontes, cuja elite era maioritariamente cercalense.
O Cercal tornou-se o centro das decisões administrativas e judiciais, uma vez que a maioria dos notáveis do concelho já aqui residia e aqui exercia as suas funções.
Em 1834, a câmara, constituída maioritariamente por moradores do Cercal, aprovou e enviou à câmara dos deputados uma representação que solicitava para o Cercal a condição de cabeça de concelho, para que se pudessem efectuar actos de vereação e audiências nesta aldeia.
Os argumentos a favor da condição de cabeça de concelho eram pertinentes:
- O Cercal, com os seus 414 fogos, tinha muito mais habitantes do que os dos 109 fogos milfontenses;
- Era mais central na geografia do concelho;
- Tinha mais gente capaz para os empregos da administração municipal;
- A própria igreja paroquial, onde tinha lugar a reunião eleitoral dos cidadãos, oferecia mais comodidade;
- No Cercal residiam, havia mais de um século, as pessoas que compunham as justiças e ali se praticavam todos os actos judiciais.
1836 – Elevação do Cercal a sede de concelho
A Lei de 6 de Novembro de 1836 eleva Cercal a cabeça de concelho.
O concelho de Vila Nova de Milfontes ou Cercal (como se designou frequentemente) arrebatou também a freguesia de S.Luís, embora por poucos meses, já que os seus habitantes se insurgiram e obtiveram a anulação da transferência, voltando a pertencer ao concelho de Odemira.
Apesar de sede concelhia, o Cercal continuava a ser uma simples aldeia, tendo as restantes freguesias (Milfontes e Colos) título de vila.
1942 – Concessão da categoria de vila
Em 9 de Fevereiro de 1842 a câmara recebe despacho favorável para o pedido de concessão da categoria de vila, mas nunca chega a sê-lo, realmente, por falta de dinheiro para pagar o alvará, embora tivesse passado a usar o título de vila, nos actos escritos.
O alvará custava 100 mil réis (para pagamento dos “direitos de encarte de Vila Nova do Cercal”) mas o município debatia-se com dificuldades económicas e nunca conseguiu reunir esta quantia.
Quando passa a sede de concelho, o Cercal depara-se com a falta de uma casa da câmara.
Em 1852 decide-se a construção de um edifício municipal novo, com a respectiva cadeia, no Largo de S. Pedro (hoje Largo Augusto Fuschini – o “Largo da Praça”).
Apesar das dificuldades económicas, as obras iam em fase avançada, quando o concelho é extinto, em 1855.
O “Largo da Praça, onde existia uma ermida dedicada a S.Pedro, já antes desempenhava o papel de “praça”: ali se situavam as instalações da câmara e ali se terá realizado, inicialmente, a Feira de S.Pedro, criada em 1736.
Quando o concelho é suprimido, em 1855 , as dificuldades económicas persistiam e as pretensões de Odemira, que pretendia anexá-lo ao seu território, eram cada vez mais fortes.
1855 - Extinção do Concelho
O concelho será extinto, por decreto de 26 de Outubro de 1855, sem que o pagamento do alvará de elevação a vila tivesse sido efectuado, pelo que o Cercal nunca chegou a ser vila, e o título usado foi depressa esquecido.
É o Governo Civil de Beja quem propõe a extinção do concelho, por não ter pessoal suficiente para os cargos municipais, administrativos e judiciais.
O julgado do Cercal passa a integrar a comarca de Odemira, e todas as freguesias do concelho são absorvidas por Odemira, a grande ganhadora desta decisão, debilmente contestada pelos cercalenses.
Em 1873 o julgado do Cercal passa para a comarca de Santiago. Com esta oportunidade, os eleitores do Cercal solicitam, através de um abaixo-assinado datado de 1875, a passagem da freguesia para Santiago.
Na segunda metade do séc. XIX e primeira do séc. XX o Cercal mantém assinalável plano económico, inclusive com influência funcional na área das suas antigas freguesias (de que é exemplo a feira de S. Pedro), mas nunca conseguiu recuperar o seu estatuto de concelho, soçobrando entre os dois “gigantes” (Odemira e Santiago).
Fonte: “Gentes e Culturas – Freguesia do Cercal do Alentejo”, ed. LASA (adaptado)
CURIOSIDADES URBANAS
DATAS-CHAVE
1274 – Primeiro documento que faz referência ao Cercal.
1486 –inclusão da freguesia no concelho de Milfontes.
1836 – Elevação a sede de concelho.
1942 – Concessão da categoria de vila.
1855 - Extinção do Concelho do Cercal e integração no concelho de Odemira.
1991 – Elevação à categoria de vila.
O topónimo Cercal parece derivar da palavra “quercu”, que significa “carvalho”, facto justificável pela abundância desta árvore, em épocas anteriores, nesta região.
A permanência humana no actual território da freguesia do Cercal é antiga, e dela são testemunho objectos e vestígios de povos pré-históricos e do período romano e muçulmano.
É datado de 1274 o primeiro documento que faz referência ao Cercal.
Após o fim do domínio árabe, por volta de 1235, o sul do Alentejo, assim como toda a faixa atlântica entre Tejo e Mira, tornam-se pertença da Ordem de Santiago de Espada, instituição religiosa e militar que desempenhara importante papel na reconquista destes territórios.
No final do séc. XV, o Cercal integrava o concelho de Sines, e era ainda comenda da Ordem de Santiago. Aqui viviam cerca de 20 lavradores, que ocupavam e cultivavam extensas porções de terra.
Após a fundação de uma “vila nova” no sítio de Milfontes, em 1486, o Cercal é incluído nesse novo concelho e, embora seja económica e demograficamente mais importante do que a própria sede concelhia, fica numa posição subalterna.
Nos séculos seguintes, a evolução do Cercal continuará a ser superior à da sede de concelho, sobretudo porque possui:
- melhores terras de cultivo;
- um clima favorável às culturas;
- um nó de ligações rodoviárias;
- uma maior segurança relativamente aos perigos vindos do mar.
- um domínio sobre o vale fértil (irrigado pelo ribeiro que vem da Bica Santa, recebe a água da Mandorelha e desagua na ribeira de Campilhas).
CURIOSIDADES URBANAS
- “aldeia velha” e “aldeia nova”;
- o Largo da Praça
- a Feira de S. Pedro
No séc. XVIII, há referências à existência de “uma aldeia velha” e uma “aldeia nova”; julga-se, por isso, que haveria dois núcleos populacionais distintos:
A “aldeia velha” situava-se junto à igreja.
Teve fraca expansão nos sécs. XV a XVIII, e a seu nascente surgiu a “aldeia nova”.
Só a partir da segunda metade do séc. XVIII a “aldeia velha” cresce de modo significativo, passando na realidade a ter um aspecto mais novo do que a própria “aldeia nova”.
A “aldeia nova” é hoje a zona a que se acede pela chamada Rua Velha (Rua Sebastião Sobral Figueira), que em tempos também foi chamada “Rua da Aldeia Velha”.
Na “aldeia nova” viveria a maior parte da população da aldeia.
No séc. XIX, as alterações na divisão administrativa do território nacional e uma vontade reformista tiveram os seus efeitos no concelho de Milfontes, cuja elite era maioritariamente cercalense.
O Cercal tornou-se o centro das decisões administrativas e judiciais, uma vez que a maioria dos notáveis do concelho já aqui residia e aqui exercia as suas funções.
Em 1834, a câmara, constituída maioritariamente por moradores do Cercal, aprovou e enviou à câmara dos deputados uma representação que solicitava para o Cercal a condição de cabeça de concelho, para que se pudessem efectuar actos de vereação e audiências nesta aldeia.
Os argumentos a favor da condição de cabeça de concelho eram pertinentes:
- O Cercal, com os seus 414 fogos, tinha muito mais habitantes do que os dos 109 fogos milfontenses;
- Era mais central na geografia do concelho;
- Tinha mais gente capaz para os empregos da administração municipal;
- A própria igreja paroquial, onde tinha lugar a reunião eleitoral dos cidadãos, oferecia mais comodidade;
- No Cercal residiam, havia mais de um século, as pessoas que compunham as justiças e ali se praticavam todos os actos judiciais.
1836 – Elevação do Cercal a sede de concelho
A Lei de 6 de Novembro de 1836 eleva Cercal a cabeça de concelho.
O concelho de Vila Nova de Milfontes ou Cercal (como se designou frequentemente) arrebatou também a freguesia de S.Luís, embora por poucos meses, já que os seus habitantes se insurgiram e obtiveram a anulação da transferência, voltando a pertencer ao concelho de Odemira.
Apesar de sede concelhia, o Cercal continuava a ser uma simples aldeia, tendo as restantes freguesias (Milfontes e Colos) título de vila.
1942 – Concessão da categoria de vila
Em 9 de Fevereiro de 1842 a câmara recebe despacho favorável para o pedido de concessão da categoria de vila, mas nunca chega a sê-lo, realmente, por falta de dinheiro para pagar o alvará, embora tivesse passado a usar o título de vila, nos actos escritos.
O alvará custava 100 mil réis (para pagamento dos “direitos de encarte de Vila Nova do Cercal”) mas o município debatia-se com dificuldades económicas e nunca conseguiu reunir esta quantia.
Quando passa a sede de concelho, o Cercal depara-se com a falta de uma casa da câmara.
Em 1852 decide-se a construção de um edifício municipal novo, com a respectiva cadeia, no Largo de S. Pedro (hoje Largo Augusto Fuschini – o “Largo da Praça”).
Apesar das dificuldades económicas, as obras iam em fase avançada, quando o concelho é extinto, em 1855.
O “Largo da Praça, onde existia uma ermida dedicada a S.Pedro, já antes desempenhava o papel de “praça”: ali se situavam as instalações da câmara e ali se terá realizado, inicialmente, a Feira de S.Pedro, criada em 1736.
Quando o concelho é suprimido, em 1855 , as dificuldades económicas persistiam e as pretensões de Odemira, que pretendia anexá-lo ao seu território, eram cada vez mais fortes.
1855 - Extinção do Concelho
O concelho será extinto, por decreto de 26 de Outubro de 1855, sem que o pagamento do alvará de elevação a vila tivesse sido efectuado, pelo que o Cercal nunca chegou a ser vila, e o título usado foi depressa esquecido.
É o Governo Civil de Beja quem propõe a extinção do concelho, por não ter pessoal suficiente para os cargos municipais, administrativos e judiciais.
O julgado do Cercal passa a integrar a comarca de Odemira, e todas as freguesias do concelho são absorvidas por Odemira, a grande ganhadora desta decisão, debilmente contestada pelos cercalenses.
Em 1873 o julgado do Cercal passa para a comarca de Santiago. Com esta oportunidade, os eleitores do Cercal solicitam, através de um abaixo-assinado datado de 1875, a passagem da freguesia para Santiago.
Na segunda metade do séc. XIX e primeira do séc. XX o Cercal mantém assinalável plano económico, inclusive com influência funcional na área das suas antigas freguesias (de que é exemplo a feira de S. Pedro), mas nunca conseguiu recuperar o seu estatuto de concelho, soçobrando entre os dois “gigantes” (Odemira e Santiago).
Fonte: “Gentes e Culturas – Freguesia do Cercal do Alentejo”, ed. LASA (adaptado)
Gastronomia e Doçaria
GASTRONOMIA E DOÇARIA
GASTRONOMIA
PRATOS, TEMPEROS E ERVAS AROMÁTICAS
A gastronomia do Cercal é rica e variada.
Cozinham-se saborosos pratos típicos do Alentejo:
- ensopado de borrego;
- feijão com couve;
- cozido de feijão com favas;
- cozido de grão;
- cachola frita;
- migas alentejanas
- açorda com bacalhau, poejos ou coentros;
- gaspacho;
- sopa de tomate, com toucinho frito ou com peixe.
A proximidade do litoral permite que se apreciem, no Cercal, variados pratos de peixe fresco, como o robalo, o sargo, o safio ou a dourada.
TEMPEROS
Inúmeros dos nossos pratos mais antigos são preparados com temperos tradicionais, geralmente de confecção caseira:
- banha de porco;
- manteiga de cor;
- pimentão da horta.
ERVAS AROMÁTICAS
As ervas aromáticas são muito utilizadas na nossa gastronomia e assumem primordial importância nos temperos. A cozinha tradicional cercalence não dispensa:
- coentros;
- orégãos;
- erva doce
- poejo;
- hortelã;
- salsa;
Coentros
as folhas , de aroma intenso e penetrante, são usadas no tempero de saladas e nos pratos de legumes e aves. São indispensáveis no tempero da açorda.
Erva-doce ou anis
A semente usa-se em bolos, cremes e pastéis.
Hortelã
Usa-se na preparação do cozido.
Há quem goste de uma folhinha para aromatizar a canja de galinha.
Orégãos
Usam-se as folhas secas para temperar saladas (sobretudo de tomate),
São indispensáveis na preparação dos caracóis.
Poejo
É uma variedade de hortelã; que apresenta uma folha verde-vivo, com cheiro a hortelã-pimenta, bastante intenso.
Usa-se para temperar a sopa.
Salsa
Na nossa região, consome-se a de folha plana, recortada e verde-escura, com um aroma muito forte e caules comestíveis
DOÇARIA
O Cercal é terra de boa e genuína doçaria. Pode encontrar, nas nossas pastelarias e cafés:
- alcôncoras (doces de mel, azeite e canela, vendidos nos mastros, pelos Santos Populares);
- cachamorras (doces confeccionados com noz e canela);
- pastéis de batata doce;
- bolo de torresmos;
- alentejanos com doce de gila;
- argolinhas;
- filhós;
- folar (bolo tradicional da Páscoa);
- bolos de coalhada.
GASTRONOMIA
PRATOS, TEMPEROS E ERVAS AROMÁTICAS
A gastronomia do Cercal é rica e variada.
Cozinham-se saborosos pratos típicos do Alentejo:
- ensopado de borrego;
- feijão com couve;
- cozido de feijão com favas;
- cozido de grão;
- cachola frita;
- migas alentejanas
- açorda com bacalhau, poejos ou coentros;
- gaspacho;
- sopa de tomate, com toucinho frito ou com peixe.
A proximidade do litoral permite que se apreciem, no Cercal, variados pratos de peixe fresco, como o robalo, o sargo, o safio ou a dourada.
TEMPEROS
Inúmeros dos nossos pratos mais antigos são preparados com temperos tradicionais, geralmente de confecção caseira:
- banha de porco;
- manteiga de cor;
- pimentão da horta.
ERVAS AROMÁTICAS
As ervas aromáticas são muito utilizadas na nossa gastronomia e assumem primordial importância nos temperos. A cozinha tradicional cercalence não dispensa:
- coentros;
- orégãos;
- erva doce
- poejo;
- hortelã;
- salsa;
Coentros
as folhas , de aroma intenso e penetrante, são usadas no tempero de saladas e nos pratos de legumes e aves. São indispensáveis no tempero da açorda.
Erva-doce ou anis
A semente usa-se em bolos, cremes e pastéis.
Hortelã
Usa-se na preparação do cozido.
Há quem goste de uma folhinha para aromatizar a canja de galinha.
Orégãos
Usam-se as folhas secas para temperar saladas (sobretudo de tomate),
São indispensáveis na preparação dos caracóis.
Poejo
É uma variedade de hortelã; que apresenta uma folha verde-vivo, com cheiro a hortelã-pimenta, bastante intenso.
Usa-se para temperar a sopa.
Salsa
Na nossa região, consome-se a de folha plana, recortada e verde-escura, com um aroma muito forte e caules comestíveis
DOÇARIA
O Cercal é terra de boa e genuína doçaria. Pode encontrar, nas nossas pastelarias e cafés:
- alcôncoras (doces de mel, azeite e canela, vendidos nos mastros, pelos Santos Populares);
- cachamorras (doces confeccionados com noz e canela);
- pastéis de batata doce;
- bolo de torresmos;
- alentejanos com doce de gila;
- argolinhas;
- filhós;
- folar (bolo tradicional da Páscoa);
- bolos de coalhada.
Festividades e Feiras
FESTIVIDADES e FEIRAS
Festas de Nossa Senhora da Conceição
Festa da Bica Santa
Encontro de Grupos Corais
Maio
- último sábado
Procissão das Velas
Junho
- dia 13
Festas da Rua Velha - Santos Populares
- dia 18
Aniversário dos Bombeiros Voluntários
- dia 29
Feira de S. Pedro
Julho
- último fim-de-semana
Festas da Vila
Agosto
- primeiro fim-de-semana
Festas Tradicionais das Catifarras
- segundo fim-de-semana
Festas de Nossa Senhora da Conceição
-
Encontro de Grupos Corais
Setembro
- segundo fim-de-semana
Festa da Bica Santa
- terceiro domingo
Feira Nova
Outubro
- dia 5
Aniversário da Banda Lira Cercalense
Novembro
- dia 1
Feira dos Santos
Festas de Nossa Senhora da Conceição
As principais festividades do Cercal, em honra de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da vila. Realizam-se anualmente, no segundo fim-de-semana de Agosto, e incluem bailes, quermesses, arraiais e procissão, que percorre as principais artérias da vila, enfeitadas com colchas que os residentes colocam nas janelas das casas, em saudação à padroeira.
Festa da Bica Santa
A Festa da Bica Santa está intimamente relacionada com a lenda Mariana e com a virtude curativa das águas da fonte.
A Festa da Bica Santa celebra-se no primeiro fim-de-semana de Setembro, partindo o cortejo automóvel junto da Igreja Matriz em direcção à Capela da Bica Santa.
Durante a Festa, celebra-se a eucaristia e, durante a tarde, realiza-se o baile e quermesse, no terreiro junto à Capela.
Encontro de Grupos Corais
Anualmente, em Agosto, o Grupo Coral da Casa do Povo de Cercal do Alentejo organiza um encontro de Grupos Corais das diferentes regiões do Alentejo.
Festas de Nossa Senhora da Conceição
Festa da Bica Santa
Encontro de Grupos Corais
Maio
- último sábado
Procissão das Velas
Junho
- dia 13
Festas da Rua Velha - Santos Populares
- dia 18
Aniversário dos Bombeiros Voluntários
- dia 29
Feira de S. Pedro
Julho
- último fim-de-semana
Festas da Vila
Agosto
- primeiro fim-de-semana
Festas Tradicionais das Catifarras
- segundo fim-de-semana
Festas de Nossa Senhora da Conceição
-
Encontro de Grupos Corais
Setembro
- segundo fim-de-semana
Festa da Bica Santa
- terceiro domingo
Feira Nova
Outubro
- dia 5
Aniversário da Banda Lira Cercalense
Novembro
- dia 1
Feira dos Santos
Festas de Nossa Senhora da Conceição
As principais festividades do Cercal, em honra de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da vila. Realizam-se anualmente, no segundo fim-de-semana de Agosto, e incluem bailes, quermesses, arraiais e procissão, que percorre as principais artérias da vila, enfeitadas com colchas que os residentes colocam nas janelas das casas, em saudação à padroeira.
Festa da Bica Santa
A Festa da Bica Santa está intimamente relacionada com a lenda Mariana e com a virtude curativa das águas da fonte.
A Festa da Bica Santa celebra-se no primeiro fim-de-semana de Setembro, partindo o cortejo automóvel junto da Igreja Matriz em direcção à Capela da Bica Santa.
Durante a Festa, celebra-se a eucaristia e, durante a tarde, realiza-se o baile e quermesse, no terreiro junto à Capela.
Encontro de Grupos Corais
Anualmente, em Agosto, o Grupo Coral da Casa do Povo de Cercal do Alentejo organiza um encontro de Grupos Corais das diferentes regiões do Alentejo.
Artesanato
ARTESANATO
O Cercal mantém vivas tradições e técnicas muito antigas, que rareiam por todo o concelho e fazem desta terra um exemplo singular de autenticidade.
Propomos-lhe uma viagem pela criatividade dos Cercalenses:
ARTESANATO
Azulejaria
Calçado
Correaria
Miniaturas em Movimento
Olaria
Trabalhos em Cortiça - “mochos”
- cocharros
- escultura
Trabalhos em Madeira - cadeiras e bancos - esculturas
Trapologia
AZULEJARIA
A azulejaria revela-se na execução de painéis, com aplicação de várias técnicas
Isabel Ramos, artesã de profissão, executa com saber e prazer painéis de azulejos, com recurso às técnicas mais difíceis, como o enchimento e a escavagem.
Dedica-se também a aplicar os azulejos que pinta em diversas peças de uso quotidiano, como tabuleiros, caixas, mesas ou carros de chá.
Os trabalhos desta artista são executados, expostos e vendidos na sua loja, no Largo dos Caeiros,76
CALÇADO
Na sua oficina da Sonega, Francisco Rosalino Guerreiro fabrica botas caneleiras, as tradicionais botas alentejanas, cada vez mais procuradas, porque aliam conforto e resistência.
As botas são criadas por encomenda, e moldadas ao pé do seu futuro propretário.
Uma visita à oficina da Sonega deixá-lo-á familiarizado com esta arte e com as múltiplas ferramentas tradicionalmente utilizadas na confecção do calçado.
CORREARIA
O Cercal tem tradição em trabalhos de correaria, de que o seu representante é, actualmente, o artesão Francisco Pires Godinho.
Das mãos deste artista saem carteiras, sacos, pastas, cartucheiras, cintos e outras peças que a imaginação lhe dita e a perícia executa, num esforço permanente de adaptação aos gostos de uma clientela tradicional e às exigências mais práticas dos novos clientes.
A sua oficina/loja está aberta ao público, na Rua Teófilo Braga, 102, onde se pode apreciar ao vivo o seu trabalho e adquirir as suas peças.
MINIATURAS EM MOVIMENTO
O artesanato em movimento alia a reprodução em miniatura dos objectos à atribuição de vida, através da utilização de mecanismo eléctrico.
É na Aldeia do Cano, a poucos quilómetros do Cercal, que Armindo Ramos Lacerda constrói habilidosamente as suas miniaturas.
Os seus trabalhos são geralmente representações de profissões rurais ou de actividades relacionadas com a agricultura e o Alentejo.
Através de um mecanismo eléctrico inventado por si, tudo funciona, desde o tirador de cortiça que trabalho com o seu machado, à padeira que põe o pão no forno, aos ciclistas que vão em corrida ou ao toureiro que se encontra na praça.
OLARIA
António Loução de Matos, filho e neto de oleiros, cedo aprendeu esta arte. Depois deixou-a e seguiu outra via profissional, mas nos últimos anos tem-se dedicado inteiramente ao barro, criando peças tradicionais de carácter utilitário, de que se destacam infusas, panelas, tabuleiros, assadores, alguidares, potes, quartas e palmatórias, que molda na sua roda de oleiro e que ele próprio coze, no forno que recuperou dos seus antepassados.
Nos últimos vinte anos, António Matos tem participado em inúmeros feiras de artesanato, onde leva as suas demonstrações de olaria ao vivo.
Os seus trabalhos, mais tradicionais, ou mais adaptados ao sabor dos tempos e dos gostos, estão expostos na sua loja, na rua 25 de Abril, 24
TRABALHO EM CORTIÇA
Joaquim Martins dos Santos dedica algum tempo à elaboração de “mochos”
Os mochos são bancos tradicionais alentejanos, de assento redondo ou quadrado, sem qualquer encosto, e para uma só pessoa.
É em Vale Manhãs-Tanganheira que Manuel Jacinto fabrica e vende os “cocharros” de diferentes tamanhos.
Os cocharros são utensílios que se usam para beber água, e que actualmente servem também para fins decorativos. Antigamente, eram acompanhavam os trabalhos do campo e era vulgar encontrá-
-los junto aos poços e às fontes, disponíveis para dar de beber a qualquer pessoa.
Diz a tradição que a água é mais fresca e saborosa, quando bebida por este copo que mais parece uma colher.
Cada cocharro é esculpido a partir de um fragmento de cortiça, desde que este que tenha uma concavidade correspondente a um nó da árvore de onde foi retirado.
A cortiça é também um material que se utiliza para a escultura. Com pedaços de cortiça previamente cozida, António Jorge de Sousa esculpe laboriosamente, a canivete, as suas elaboradas peças de escultura: quadros, flores ou animais.
TRABALHO EM MADEIRA
Manuel Francisco Gonçalves dedica-se ao fabrico de cadeiras em madeira de castanho, com fundo em madeira ou empalhado.
Trabalha a madeira com a maior das perfeições, com um torno eléctrico por ele inventado a partir de uma máquina de costura antiga, à qual aplicou um motor. Inventou também uma outra máquina, para apoiar a madeira, e que é a sua “ajudante”, na oficina da Fonte Santa de Baixo.
Sérgio Albino expõe na sua taberna, na Portelinha – Aldeia do Cano, as reproduções etnográficas, miniaturas em madeira de choupo, que executa laboriosamente com pequenas ferramentas e, sobretudo, com o seu canivete. As suas esculturas são inspiradas no trabalho do campo: as carroças e carretas, os animais, as alfaias agrícolas e as pessoas.
Também José Manuel da Luz é um artista que se dedica a esculpir pequenos objectos em madeira. A sua escultura reproduz a vida quotidiana no meio rural.
Joaquim Augusto, da Sonega, fabrica bancos e cadeiras em madeira de choupo ou laranjeira, com assento empalhado em corda; além disso, das suas mãos saem colheres de pau, que vende ao público.
TRAPOLOGIA
Trata-se de uma arte de embelezamento do lar.
Consiste no aproveitamento de excedentes de tecidos, para produzir tapetes, almofadas, colchas, bolsinhas, talegos e outros acessórios domésticos.
Angelina da Silva Fernandes, residente na Tanganheira, dedica os seus tempos livres a criar estas peças, que vai pacientemente compondo, pela junção dos pedacinhos de tecido.
O Cercal mantém vivas tradições e técnicas muito antigas, que rareiam por todo o concelho e fazem desta terra um exemplo singular de autenticidade.
Propomos-lhe uma viagem pela criatividade dos Cercalenses:
ARTESANATO
Azulejaria
Calçado
Correaria
Miniaturas em Movimento
Olaria
Trabalhos em Cortiça - “mochos”
- cocharros
- escultura
Trabalhos em Madeira - cadeiras e bancos - esculturas
Trapologia
AZULEJARIA
A azulejaria revela-se na execução de painéis, com aplicação de várias técnicas
Isabel Ramos, artesã de profissão, executa com saber e prazer painéis de azulejos, com recurso às técnicas mais difíceis, como o enchimento e a escavagem.
Dedica-se também a aplicar os azulejos que pinta em diversas peças de uso quotidiano, como tabuleiros, caixas, mesas ou carros de chá.
Os trabalhos desta artista são executados, expostos e vendidos na sua loja, no Largo dos Caeiros,76
CALÇADO
Na sua oficina da Sonega, Francisco Rosalino Guerreiro fabrica botas caneleiras, as tradicionais botas alentejanas, cada vez mais procuradas, porque aliam conforto e resistência.
As botas são criadas por encomenda, e moldadas ao pé do seu futuro propretário.
Uma visita à oficina da Sonega deixá-lo-á familiarizado com esta arte e com as múltiplas ferramentas tradicionalmente utilizadas na confecção do calçado.
CORREARIA
O Cercal tem tradição em trabalhos de correaria, de que o seu representante é, actualmente, o artesão Francisco Pires Godinho.
Das mãos deste artista saem carteiras, sacos, pastas, cartucheiras, cintos e outras peças que a imaginação lhe dita e a perícia executa, num esforço permanente de adaptação aos gostos de uma clientela tradicional e às exigências mais práticas dos novos clientes.
A sua oficina/loja está aberta ao público, na Rua Teófilo Braga, 102, onde se pode apreciar ao vivo o seu trabalho e adquirir as suas peças.
MINIATURAS EM MOVIMENTO
O artesanato em movimento alia a reprodução em miniatura dos objectos à atribuição de vida, através da utilização de mecanismo eléctrico.
É na Aldeia do Cano, a poucos quilómetros do Cercal, que Armindo Ramos Lacerda constrói habilidosamente as suas miniaturas.
Os seus trabalhos são geralmente representações de profissões rurais ou de actividades relacionadas com a agricultura e o Alentejo.
Através de um mecanismo eléctrico inventado por si, tudo funciona, desde o tirador de cortiça que trabalho com o seu machado, à padeira que põe o pão no forno, aos ciclistas que vão em corrida ou ao toureiro que se encontra na praça.
OLARIA
António Loução de Matos, filho e neto de oleiros, cedo aprendeu esta arte. Depois deixou-a e seguiu outra via profissional, mas nos últimos anos tem-se dedicado inteiramente ao barro, criando peças tradicionais de carácter utilitário, de que se destacam infusas, panelas, tabuleiros, assadores, alguidares, potes, quartas e palmatórias, que molda na sua roda de oleiro e que ele próprio coze, no forno que recuperou dos seus antepassados.
Nos últimos vinte anos, António Matos tem participado em inúmeros feiras de artesanato, onde leva as suas demonstrações de olaria ao vivo.
Os seus trabalhos, mais tradicionais, ou mais adaptados ao sabor dos tempos e dos gostos, estão expostos na sua loja, na rua 25 de Abril, 24
TRABALHO EM CORTIÇA
Joaquim Martins dos Santos dedica algum tempo à elaboração de “mochos”
Os mochos são bancos tradicionais alentejanos, de assento redondo ou quadrado, sem qualquer encosto, e para uma só pessoa.
É em Vale Manhãs-Tanganheira que Manuel Jacinto fabrica e vende os “cocharros” de diferentes tamanhos.
Os cocharros são utensílios que se usam para beber água, e que actualmente servem também para fins decorativos. Antigamente, eram acompanhavam os trabalhos do campo e era vulgar encontrá-
-los junto aos poços e às fontes, disponíveis para dar de beber a qualquer pessoa.
Diz a tradição que a água é mais fresca e saborosa, quando bebida por este copo que mais parece uma colher.
Cada cocharro é esculpido a partir de um fragmento de cortiça, desde que este que tenha uma concavidade correspondente a um nó da árvore de onde foi retirado.
A cortiça é também um material que se utiliza para a escultura. Com pedaços de cortiça previamente cozida, António Jorge de Sousa esculpe laboriosamente, a canivete, as suas elaboradas peças de escultura: quadros, flores ou animais.
TRABALHO EM MADEIRA
Manuel Francisco Gonçalves dedica-se ao fabrico de cadeiras em madeira de castanho, com fundo em madeira ou empalhado.
Trabalha a madeira com a maior das perfeições, com um torno eléctrico por ele inventado a partir de uma máquina de costura antiga, à qual aplicou um motor. Inventou também uma outra máquina, para apoiar a madeira, e que é a sua “ajudante”, na oficina da Fonte Santa de Baixo.
Sérgio Albino expõe na sua taberna, na Portelinha – Aldeia do Cano, as reproduções etnográficas, miniaturas em madeira de choupo, que executa laboriosamente com pequenas ferramentas e, sobretudo, com o seu canivete. As suas esculturas são inspiradas no trabalho do campo: as carroças e carretas, os animais, as alfaias agrícolas e as pessoas.
Também José Manuel da Luz é um artista que se dedica a esculpir pequenos objectos em madeira. A sua escultura reproduz a vida quotidiana no meio rural.
Joaquim Augusto, da Sonega, fabrica bancos e cadeiras em madeira de choupo ou laranjeira, com assento empalhado em corda; além disso, das suas mãos saem colheres de pau, que vende ao público.
TRAPOLOGIA
Trata-se de uma arte de embelezamento do lar.
Consiste no aproveitamento de excedentes de tecidos, para produzir tapetes, almofadas, colchas, bolsinhas, talegos e outros acessórios domésticos.
Angelina da Silva Fernandes, residente na Tanganheira, dedica os seus tempos livres a criar estas peças, que vai pacientemente compondo, pela junção dos pedacinhos de tecido.
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